terça-feira, 13 de maio de 2008

DESILUSÃO*

De repente o medo
rompe das águas da manhã
e paira no ar como se planejasse
o fim... Não! O começo
de toda forma aniquilada,
de todo sonho feito pó
em caixas presas,
de toda sorte
amargurada,
de tudo um pouco
ou quase nada
que se sustente
no vácuo imóvel.
De repente o medo
se repete nas folhas de jornal,
nas drásticas afirmações
que fogem antes da batalha...
E de repente a forca,
o pulso preso, a força,
o medo mudo, a náusea,
a dor de tudo, a bosta...

*Pode parecer piegas, mas este poema foi escrito depois que recebi a notícia de que meu candidato a Reitor havia perdido as eleições. Fiquei desolado e escrevi isto, mas ele pode ser interpretado e utilizado em várias outras ocasiões, políticas ou não.

2 comentários:

L-nise disse...

"piegas"

palavra bonita ^^

Anônimo disse...

Mais uma prova de como a poesia e atemporal e universal, desilusão, um dom do ser humano, gostei...